Engº Cesar Agarelli

Recentemente, a exemplo dos anos anteriores, foram divulgados os dados do relatório BIG da ANEEL, informando que a capacidade instalada no Brasil em 2014 chegou a 132 mil megawatts (MW) provenientes de 3907 Usinas Hidrelétricas, Termelétricas, Eólicas, Nucleares, Pequenas Centrais Hidrelétricas, Centrais Geradoras Hidrelétricas e Solares. Em complemento, o relatório divulga que o Brasil dobrará sua capacidade instalada em 15 anos.

Tais informações, analisadas do ponto de vista do balanço energético da nação, devem considerar dois parâmetros que se inter-relacionam: de um lado, a capacidade instalada derivada, no caso do Brasil, de diversas fontes de geração energética, renováveis ou não; de outro, as unidades consumidoras setorizadas em industriais, residenciais, comerciais e outros setores.

No setor industrial, com merecido destaque, os motores são responsáveis por cerca de 30% do consumo de toda a energia produzida no país. Diante desta constatação, o Brasil, a exemplo de outras nações, estabeleceu legislações e programas específicos de modo a regular e incentivar ações que promovessem o aumento de eficiência de processos, motores, máquinas e equipamentos.
Tal atitude traduz a percepção global de que caminhamos a passos largos para o colapso de nossa principal fonte energética institucionalizada: Petróleo. E que, por nossa omissão, ainda colheremos por décadas as nefastas consequências socioeconômicas ambientais derivadas do, outrora, denominado ouro negro.

O breve diagnóstico acima, de conhecimento de qualquer estudante secundarista ou profissional palestrante de eficiência energética, descreve, em poucas linhas, a caótica situação energética de nosso planeta. E é provável ainda que o mesmo estudante liste com clareza os programas governamentais para a regulação do esforço em pesquisas tecnológicas e de novos materiais para a melhoria dos motores e o desenvolvimento de novas fontes energéticas renováveis.

Por fim, ambos afirmarão que, desta forma, minimizaremos os impactos e estaremos no caminho correto do crescimento sustentável.

Conscientizando a informação Institucionalizada

Para instigar o leitor a conscientizar e desafiar as limitações da informação institucionalizada, proponho uma reflexão a partir dos dados abaixo:

No setor industrial prevalece o uso de motores trifásicos de indução com potências a partir de 1CV (Cavalo-Vapor) e índices de eficiência elevados. Os denominados AR Plus de 1CV, por exemplo, têm índices em torno de 82%, enquanto que os de maior potência atingem expressivos valores de 96%.
Historicamente, as melhorias tecnológicas, principalmente após a descoberta dos transistores e o advento dos circuitos controladores e, mais recentemente, com a implementação dos programas de eficiência energética, nos permitem visualizar, através da relação Peso-Potência, a eficácia destes esforços na evolução de um mesmo motor: dos 88 Kg/KW, em 1891, chegamos a índices em torno de 6 Kg/KW, em 2011.

A face escura do consumo de energia

De outro lado, em nossas residências, comércios, edifícios públicos e outros setores, prevalecem os motores abaixo de 1 CV, com destaque para os motores Universais e, especialmente, os monofásicos de indução. Estes últimos, ignorados pelo público e responsáveis técnicos, são verdadeiros “vampiros” de energia, com eficiências inferiores a 40%.

Este desconhecimento nos leva, como consequência, a desconsiderar o fato de que estes pequenos e, aparentemente, utilíssimos motores, são responsáveis por consumir cerca de 28% de toda energia produzida no país. Ou seja, muito próximo dos 30% consumidos pelos grandes motores industriais, foco incontestável dos planos e programas oficiais de conservação de energia, em âmbito mundial.

Enquanto isso, batalhões de “motores vampiros de energia”, conduzidos por rédeas frouxas, continuam promovendo verdadeiros estragos no meio ambiente e na economia mundial.

A revolução Keppe Motor e a Conservação de energia dos motores até 1 CV.

A tecnologia Keppe Motor, com patente já reconhecida nos EUA, China, Rússia, México e HK, apesar de não ter limites de potência e aplicações que exigem alto torque ou velocidade, recentemente apresentou ao mercado mundial seus motores elétricos para produtos até 1 CV, com eficiências equivalentes às dos motores trifásicos de indução.

Trata-se de uma solução até então impensável para esta faixa de potência, presente em mais de 40 bilhões de unidades em todo o mundo.

Para se ter uma ordem dos valores envolvidos, os impactos econômicos e socioambientais no Brasil, a partir de uma substituição programada dos atuais motores presentes em eletrodomésticos, bombas, entre outros, por Keppe Motores, resultaria em uma economia de cerca de 70 % da energia consumida pelos setores usuários destes produtos.
Esta economia seria o equivalente à produção energética de uma usina de 12.000 MW de capacidade instalada que custaria R$ 36 Bilhões para os cofres públicos. Vale lembrar que a Itaipu Binacional tem capacidade instalada de 14.000 MW.

Some-se a estes dados o fato de que a elevada eficiência e expressiva economia dos produtos embarcados com a tecnologia Keppe Motor, viabilizam economicamente projetos de micro usinas e instalações de sistemas autônomos de geração de energia.
A relação Custo-Benefício estende-se para as Distribuidoras de Energia, sensíveis a estes índices, através da otimização e ampliação, imediatas, de sua rede de atendimento de consumidores finais.

Finalmente, convido o caro leitor consciente, com base nas constatações e esclarecimentos sobre o Potencial de Conservação de Energia promovido pela tecnologia Keppe Motor, a retomar o primeiro parágrafo e analisar sua viabilidade.

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