07/02/11 – Revista Raum&Zeit (Alemanha)
Em fevereiro de 2008, os engenheiros brasileiros, Carlos Cesar Soós, Alexandre Frascari e Roberto Heitor Frascari inventaram o KM (Keppe Motor). Cesar Soós e Roberto Frascari estiveram presentes no congresso de Sistemas Autônomos de Energia, em Bregenz, Áustria, e confirmaram as suas realizações sobre a teoria e a prática, com experiências impressionantes. Eles se basearam no livro A Nova Física da Metafísica Desinvertida, do psicanalista e filósofo de descendência alemã e nascido no Brasil, Norberto R. Keppe. De acordo com a tese principal do livro não há vácuo, mas apenas “energia essencial” fora do espaço e tempo experienciável. Toda a matéria é uma ressonância da energia essencial “congelada” no espaço e no tempo. Os átomos são vórtices que transformam a energia essencial continuamente no espaço-tempo. Do mesmo modo, as formas “convencionais” de energia, eletromagnetismo e gravidade, são apenas manifestações secundárias da energia essencial. Esta energia contém duas componentes: ação e complementação, as quais têm a ver com as duas direções possíveis da ressonância. O uso da energia convencional envolve apenas uma componente em uma única direção (ação), que nestas condições sempre causa um aumento da entropia do sistema (por exemplo, calor nos motores elétricos). Por outro lado, a utilização de energia ressonante envolve as duas componentes, ação e complementação, o que significa mínima perda por entropia e consequentemente obtenção de máxima eficiência.
Ressonância eletromagnética
O KM é basicamente um motor constituído por um rotor de ímãs permanentes acionado por um campo magnético pulsante de uma ou mais bobinas sem núcleo de ferro (estator). O motor tem sua eficiência otimizada por meio da ressonância eletromagnética, que é obtida pela interação entre a energia pulsante fornecida pela fonte de alimentação e a energia devolvida pelo motor em um sistema fechado magneticamente, com consequente redução do calor devido à minimização das perdas Joule no enrolamento. O KM tem tanto a função de motor (ação, energia elétrica convertida em mecânica) como de gerador (complementação, energia mecânica convertida em eletricidade). Estas duas caraterísticas são ajustadas no ponto de ressonância do sistema, o que aumenta a eficiência do KM.
A condição de ressonância também depende do trabalho a ser realizado e da fonte de energia utilizada. A alta eficiência do KM é muito fácil de demonstrar através de ventiladores (que são muito comuns no Brasil, um país tropical). Soós e Frascari conectaram dois ventiladores idênticos num medidor de energia, sendo que um deles era convencional e o outro com a tecnologia Keppe. Para a mesma potência de saída (mesma velocidade de giro da pá) o motor do ventilador convencional consumiu 120 W enquanto o Keppe Motor apenas 35 W.Como o motor convencional esquenta (a energia não convertida em trabalho útil tem que ficar em algum lugar), não é capaz de resfriar o ambiente com a mesma eficiência do Keppe Motor cuja temperatura não ultrapassa mais do que 2ºC em relação à temperatura ambiente, mesmo quando exigido o máximo de seu desempenho. Deste modo, o KM dispensa ser refrigerado. Durante a apresentação, Soós conectou uma pequena bateria de 9V a um ventilador de teto, que o fez girar velozmente – uma demonstração impressionante!
Muitas vantagens
De modo geral, o KM economiza entre 70 e 90 por cento de energia em relação a um motor monofásico de baixa potência. Sua eficiência se mantém praticamente constante em toda a sua faixa de trabalho. Outra vantagem é que há apenas um design para várias tensões de trabalho – desde as pequenas voltagens contínuas de baterias (9 V ou 12 V) até as tensões alternadas de rede, mono e trifásica, 50 e 60Hz. Essas caraterísticas garantem custos baixos de fabricação e grande versatilidade. Sua estrutura única modular também permite que vários motores sejam acoplados em um mesmo eixo de acionamento, aumentando sua potência. Por causa de sua alta eficiência, os KM combinam muito bem com aparelhos alimentados por energia fotovoltáica. Por exemplo, uma bomba de água acionada por um KM necessita apenas de 90 W ao invés dos convencionais 500W – obviamente, para a mesma vazão de trabalho. Para um aparador de grama elétrico convencional que consome aproximadamente 700 W, no caso do KM, seriam precisos apenas 170 W.
Ambos os representantes afirmaram que isto representa apenas o nível de desenvolvimento atual do motor, mas que, em princípio, não há limites para potências mais altas e por isso, as áreas de aplicação do KM se tornam ilimitadas. Assim, apesar do KM estar desenvolvido somente para potências até 1 CV, é possível pensar em motores de centenas de CVs. Além disso, os KM são sempre menores e mais leves do que os motores convencionais de potência equivalente. Hoje há 14 protótipos para as aplicações de ar condicionado e ventiladores.Talvez um aficcionado da FE (Energia Livre) possa ficar um pouco decepcionado apesar das muitas caraterísticas positivas do KM: não há um efeito Over-Unity (que significa obter mais energia na saída do que na entrada). Há sim, tem sim. Os dois brasileiros demonstraram isto também na frente do público. O fator OU fica entre 120-130%. Para tanto, o KM precisa apenas de um módulo adicional, o sistema Turbo-eletromagnético. Porém Soós e Frascari são muito cuidadosos com esta caraterística – nos testes e certificações realizados pelos laboratórios oficiais, eles retiram o módulo turbo, e até em seu site oficial, falam sobre isto com muita cautela. Falar de motor Overunity poderia causar desconfiança e rejeição por par parte do establishment já de início. Provavelmente – esta seja uma estratégia mais inteligente: “- olhem, nós temos um motor de alta eficiência, dêem uma olhada aqui!”. Insistir sobre o efeito OU do Keppe Motor seria uma proposta mais ofensiva e no momento dispensável, porque isso apenas assustaria muitos interessados nesta nova tecnologia.
Artigo publicado na revista Raum&Zeit edição de novembro/dezembro de 2010.